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Comentários sobre o Oscar 2012

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, assim como todos já esperavam, premiou O Artista como o Melhor Filme de 2011, esse foi um passo importante dado pela Academia visto que é a primeira vez que um filme de língua não-inglesa leva o prêmio, e a primeira vez que um filme mudo ganha na categoria principal desde “Asas” em 1929.

Como eu já tinha dito esse ano os velhinhos da academia decidiram premiar filmes que foram verdadeiras homenagens ao cinema, a criação do cinema e a forma de se fazer cinema, então não é surpresa que O Artista A Invenção de Hugo Cabret, tenham se consagrado como os maiores vencedores da noite com 5 estatueta cada.

Quanto ao show da entrega pontos forte e fracos balancearam a premiação o Billy Cristal soube dosar as suas piadas e ao final da premiação passou a impressão de ter sido apenas OK como Host. Não gostei muito da agilidade como as categorias técnicas foram apresentadas, diminuíram o tempo dessas categorias (e até retiraram a apresentação das canções indicadas), para aproveitar o tempo passando clipes com depoimento de Adam Sandler, Seth Rogen, Ben Stiller, Tom Cruise e etc…

Quanto as surpresas da noite, algumas agradáveis, outras detestáveis. A Invenção de Hugo Cabret ter levado em fotografia foi uma delas, mesmo amando o filme, Hugo não era nem a segunda melhor fotografia indicada, tirando a única chance de A Árvore da Vida levar um Oscar. Já o premio de Melhor Montagem entregue a Millennium – Os Homens que não Amavam as Mulheres me fez feliz, ficou visível que os vencedores foram pegos de surpresa pois não tinham nenhum discurso preparado (lembrando que foram os mesmos vencedores da categoria ano passado por A Rede Social, também do David Fincher. Em documentário prevaleceu o força The Weinstein Co. com Undefeated, tirando o premio dos favoritos Pina ou Paradise Lost 3. Agora para mim a mais decepcionante foi a vitória de A Invenção de Hugo Cabret em Melhores Efeitos Visuais, tinham pelo menos 3 filmes com efeitos melhores na categoria, mas via saber o que se passa na cabeça dos velhinhos da academia né?

Quanto as minhas apostas, por conta das vitórias inesperadas de A Invenção de Hugo Cabret, além das categorias de curta-metragem que são difíceis de prever, acertei 15 das 24 categorias apostadas, teno um percentual de aproveitamento de 62,5% de acerto. Abaixo a lista de vencedores por ordem da apresentação. Aqui a lista de Indicados e vencedores de todas as categorias (os indicados estão em ordem de preferência).

Fotografia – A Invenção de Hugo Cabret
Direção de Arte – A Invenção de Hugo Cabret
Figurino – O Artista
Maquiagem – A Dama de Ferro
Filme Estrangeiro – A Separação – Irã
Melhor Atriz Coadjuvante – Octavia Spencer – Histórias Cruzadas
Montagem – Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Edição de Som – A Invenção de Hugo Cabret
Mixagem de Som – A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Documentário – Undefeated
Melhor Animação – Rango
Melhores Efeitos Visuais – A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Ator Coadjuvante – Christopher Plummer – Toda Forma de Amor
Melhor Trilha Sonora – O Artista
Melhor Canção Original – Man or Muppet – The Muppets
Melhor Roteiro Adaptado – Os Descendentes
Melhor Roteiro Original – Woody Allen – Meia Noite em Paris
Melhor Curta-Metragem – The Shore
Melhor Curta Documental – Saving Face
Melhor Curta de Animação – The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
Melhor Direção – Michel Hazanavicius – O Artista
Melhor Ator – Jean Dujardin – O Artista
Melhor Atriz – Meryl Streep – A Dama de Ferro
Melhor Filme – O Artista

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Os Descendentes (2011)

Normalmente os indicados ao Oscar de Melhor Filme seguem um padrão, sempre estão presentes os dramalhões, um representante oriundo da The Weinstein Company, um representante Britânico, e aquele que se destaca no cinema independente e essa vaga coube a Os Descendentes esse ano.

O longa retrata a vida de Matt King (George Clooney), descendente da realeza havaiana, que, após um acidente de barco que sua esposa sofreu entrando em coma, teve de tomar conta das suas filhas. Quando é informado pelos médicos que sua mulher irá morrer em breve Matt se ver numa situação difícil tendo que contar a notícia para toda a família, e essa situação só piora, pois Matt também descobre que sua esposa estava lhe traindo e pretendia pedir a separação.

Como é de praxe em todos os filmes do Alexander Payne, os diálogos do roteiro são de ponta principalmente os reflexivos do próprio Matt King, porém também acho que o maior defeito do filme vem justamente de seu roteiro, por não tentar arriscar ir mais além, falha da direção do Payne. O roteiro peca quanto aos seus personagens visto que o único que tem a possibilidade de se desenvolver é o personagem do Clooney, o que lhe dá abertura para a melhor atuação de sua carreira, o elenco escalado também deixa a desejar principalmente o amigo chatinho da filha mais velha de Matt.

E acredito que o longa tenha sido escalado com o gênero errado, por que apesar de toda a carga dramática do filme o considero muito mais um comédia do que um drama. A sensação que ficou ao seu final foi de acabado de assistir o fim de temporada de uma série de dramédia americana.

Nota: 7,0

Título Original: The Descendants
Diretor: Alexander Payne
Elenco: George Clooney, Shailene Woodley,  Amara Miller, Nick Krause, Patricia Hastie, Robert Forsten, Matthew Reese e Judy Greer.

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O Artista (2011)

Um sorriso no rosto e um sentimento de bem estar e felicidade que parece que não irá acabar nunca, esse é o sentimento que te acomete quando a tela escurece encerrando o melhor filme de 2011, O Artista. Não só pelo fato de ser um filme mudo em preto e branco em pleno século 21, mas por ser uma aula de como se fazer comédia sem apelar para o sexual ou ridículo para poder conquistar o público.

O argumento utilizado aqui é simples, George Valentin (Jean Dujardin) é uma estrela do cinema mudo que se deparo com o dilema: se adaptar ao cinema falado ou se tornar obsoleto. À medida que Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma dançarina por quem Valentin se sente atraído, é cada vez mais requisitada por sua facilidade ao se adaptar vai tomando o espaço de George como a maior estrela de Hollywood.

Durante o longa o sentimento de nostalgia é notório, é impossível não se lembrar de gênios do cinema mudo do século 20 como Charlie Chaplin, Buster Keaton ou Harold Lloyd. Como era de se esperar para um filme de época, toda a sua parte técnica (Figurino e Direção de Arte é primorosa que com a ajuda da fotografia em P&B só intensificam a sensação de antiguidade. Por se tratar de um filme mudo a trilha sonora é de essencial importância e corresponde maravilhosamente bem sendo um dos pontos mais fortes do longa. A montagem é clássica, trazendo aquelas conhecidas telas pretas com textos para expressar os diálogos. Dujardin, Bejo e o cachorrinho Uggie estão sensacionais, os dois primeiros mereceram muito a indicação e até mesmo a vitória (ainda ma falta conferir a Janet McTeer como coadjuvante), o elenco de apoio está apenas OK.

E claro não podíamos deixar de citar o visionário por traz disso tudo, o desconhecido porém experiente diretor e roteirista Michel Hazanavicius, que merece todas as honras e prêmios que vem recebendo. Espero que a Academia honre o filme com o maior prêmio da noite do Oscar, pois será a primeira vez desde O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, que concordarei com o vencedor de Melhor Filme do ano.

Nota: 10,0

Título Original: The Artist
Diretor: Michel Hazanavicius
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, Uggie, John Goodman, James Cromwell, Missi Pyle, Penelope Ann Miller.

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Histórias Cruzadas (2011)

Muitos filmes já narraram os acontecimentos preconceituosos sofrido pelos negro do Mississippi dos anos 60, o mais notório foi Mississippi em Chamas. Histórias Cruzadas segue o mesmo princípio porém abordado de uma forma diferente, aqui o sofrimento abordado aqui são das empregadas negras que tomavam conta das filhas de suas patroas brancas.

O filme conta a história de Eugenia Skeeter (Emma Stone) e Aibileen Clark (Viola Davis). Skeeter é uma garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Aibileen é um doméstica negra que a cada dia que passa sente-se mais injustiçada pela forma como as “pessoas de cor” são tratadas pela sociedade. Skeeter resolve escrever um livro sobre os sentimentos e histórias das mulheres negras que deixam seus filhos para tomar conta dos filhos das mulheres brancas, quando ela conhece Aibileen, empregada de sua melhor amiga, elas começam a escrever as suas histórias e as poucos procuram por outras negras que estejam dispostas a contar suas histórias. Daí o título do filme.

O longa tem a fórmula correta do Oscar, talvez esse seja seu maior problema, Tate Taylor não tentar se arriscar a ir mais além, ele só quer contar a história daquelas mulheres negras sem levantar nenhuma polemica fazendo o típico filme “Feel Good”. A parte técnica do filme é muito boa recriando toda uma cidade dos anos 60 desde as casas até as os detalhes mais simplistas.

Porém a grande força do filme habita em seu elenco, os destaque ficam mesmo para a Viola Davis, Emma Stone e a mais injustiçada pelas premiações a Bryce Dallas Howard que está bem melhor que a Jessica Chastain e a Octavia Spencer (ambas lembradas pelo Oscar).

Diferente do que muitos blogueiros estão dizendo, não considero a Davis coadjuvante no filme, pelo contrário ela é co-protagonista junto com a Stone, visto que tem todo um arco dramático tendo em vista o seu sofrimento pela perda do filho e a relação que ela tem com a filha de sua empregadora, sendo a sua despedida a cena mais forte e tocante do filme, além do que é a própria Davis que narra toda a história que chaga ao ápice na cena final que a Aibileen sai caminhando.

Nota: 7,5

Título Original: The Help
Diretor: Tate Taylor
Elenco: Viola Davis, Emma Stone, Bryce Dallas Howard, Jessica Chastain, Octavia Spencer,  Sissy Spacek, Cicely Tyson, Ahna O’Reilly e Mike Vogel

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O Espião que Sabia Demais (2011)

Quem já teve a oportunidade de ler a algum dos livros do John LeCarré, sabe que as suas obras tem  um ritmo lento, quase arrastado além da maneiras em que ele traz cada informação ao seu enredo central, que ao invés de ajudar vem a complicar e confundir mais ainda. E é assim que Tomas Alfredson (do excelente Deixa Ela Entrar), conta a história de seu novo longa O Espião que Sabia Demais, fiel ao livro em todo seu ritmo e confusão.

Passado em 1973, em plena Guerra Fria, o longa gira em torno de George Smiley (Gary Oldman), um veterano da divisão de elite do serviço secreto inglês conhecida como Circus. Após a morte de seu ex-chefe e de alguns fracassos em missões internacionais, ele é chamado para desvendar um mistério sobre a identidade de um agente duplo que, durante anos, trabalhou também para os soviéticos. Todos à sua volta são suspeitos, mas, como bons espiões que são, foram treinados para dissimular e trabalhar em condições de extrema tensão.

Apesar de ter um enredo bastante simples, a edição torna a história mais complicada, a sensação de não estar entendendo mais nada é constante durante o filme, e é dessa forma mesmo que deveria ser para honrar a grande obra do LeCarré. Confesso que só consegui entender o que tinha acabado de assistir quando vi o filme pela segunda vez. A parte técnica é de uma beleza incrível. A direção de arte é minimalista, elevando ainda mais a qualidade do filme, Fotografia mostra uma Londres misteriosa e acinzentada. A Trilha Sonora só eleva a expectativa para o que estar por vir.

O elenco foi muito bem escolhido, Gary Oldman traz um Sr. Smiley frio, calculista, afetado por traições e suspeitas, porém sempre transparecendo tranqüilidade, tanta que chega a amedrontar em certo ponto. Outros que se destacam são Mark Strong, John Hurt, Colin Firth, Tom Hardy e Benedict Cumberbatch. O Espião que Sabia Demais aborda a espionagem de uma forma que há muito tempo não era abordada no cinema, sem explosões, sem aparelhagem a frente de su tempo, utiliza apenas as relações humanas e as desconfianças nelas inseridas.

Nota: 8,0

Título Original: Tinker Taylor Soldier Spy
Diretor: Tomas Alfredson
Elenco: Gary Oldman, Mark Strong, John Hurt, Toby Jones, Colin Firth, David Dencik, Ciarán Hinds, Kathy Burke e Benedict Cumberbatsh

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Cavalo de Guerra (2011)

O Sr. Spielberg despensa comentário basta citar sua algumas obras de sua filmografia para elevá-lo a cargo de gênio. “Amistad”, “A Cor Púrpura”, “Indiana Jones”, “Parque dos Dinossauros”, Steven já mostrou que independente do gênero o que ele sabe mesmo fazer é cinema. O Pai do “E.T.” também já provou a sua eficiência em conduzir filmes sobre guerra vide “A Lista de Schindler”, “Império do Sol” e “O Resgate do Soldado Ryan”, mas se engana que vai a cinema achando que verá outro épico de guerra, pois não é. O longa é sim um épico, porém um épica história de força e amizade.

Ted Narracott (Peter Mullan) é um camponês e ex-heroi de guerra. Com problemas de saúde e bebedeiras, batalha junto com a esposa Rose (Emily Watson) e o filho Albert (Jeremy Irvine) para continuar numa fazenda alugada, propriedade de um milionário sem escrúpulos (David Tewlis). Cansado da arrogância, decide enfrentá-lo em um leilão e acaba comprando um cavalo inadequado para os serviços de aragem nas suas terras. O que ele não sabia era que seu filho estabeleceria com o animal uma conexão jamais imaginada. Batizado de Joey pelo jovem, os dois começam seus treinamentos e desenvolvem aptidões, mas a 1ª Guerra Mundial chega e a cavalaria britânica o leva embora, sem que Albert possa se alistar por não ter idade suficiente. Já nos campos de batalha e durante anos, Joey mostra toda a sua força e determinação, passando por diversas situações de perigo e donos diferentes, mas o destino reservava para ele um final surpreendente.

Em cada cena Spielberg deixa claro que não se trata de um filme de guerra, a forma como ele retrata as mortes demonstra isso, são geniais as já famosas cenas da execução de dois soldados alemães no moinho e do ataque ao campo alemão onde ele expressa as mortes dos soldados ingleses apenas pela passagem dos cavalos sem os seus montadores.

O filme não é perfeito, o roteiro tem suas falhas, a que mais me incomodou foi os soldados alemães conversarem entre si em inglês. O elenco, pesar de bem escalado, pecou justamente no seu “coadjuvante principal” Jeremy Irvine, por diversas vezes caricato. Entre os pontos positivos toda a parte sonora é espetacular, a fotografia do Janusz Kaminski também é de uma beleza sem igual. O filme tem suas falhas, mas já pode ser considerado mais um épico do mestre Spielberg.

Nota: 8,0

Título Original: War Horse
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Jeremy Irvine, Peter Mullan, Emily Wason, Niels Arestrup, David Thewlis, Tom Hiddleston, Celine Buckens.

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Melancolia (2011)

Lars von Trier é conhecido por ser a cada dia que passa mais polêmico. A sua personalidade e algumas afirmações na coletiva de imprensa do seu novo filme o que acabou por torná-lo ‘persona non grata’ e marca o filme Melancolia pelas ações do diretor e não pela qualidade do filme que é alta.

Melancolia é o nome de um planeta que está preste a colidir com a Terra, o que resultaria em sua destruição por completo. Neste contexto Von Trier divide seu filme em dois capítulos: o primeiro contando as primeiras horas após o casamento de Justine (Kirsten Dunst) e Michael (Alexander Skarsgard), já o segundo mostra a aflição de Claire (Charlotte Gainsbourg), irmã de Justine, e seu marido John (Kiefer Sutherland) quanto à trajetória do planeta melancolia.

O Epílogo do filme já deixa claro, a terra irá sim ser exterminada, na verdade as cenas em slow-motion do epílogo e a cena final são de uma beleza incrível, pontos positivos da direção do Von Trier (trabalho por ele já muito bem utilizado no seu trabalho anterior Anticristo). O roteiro é interessante, apesar de já sabermos o final do filme ele consegue nos manter até o final. O Elenco está ótimo, a Kirsten e a Charlotte estão muito bem em seus papeis, e a fotografia também merece destaque.

Infelizmente por conta das afirmações do Trier alguns estão rejeitando o filme, é uma pena, pois estão perdendo uma boa ficção científica que não se utiliza de efeitos especiais para contar sua história mais um ponto pro Trier.

Nota: 8,0

Título Original: Melancholia
Diretor: Lars Von Trier
Elenco: Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Alexander Skarsgard, Charlotte Rampling, John Hurt.

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Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2

Um dos filmes mais esperado do ano Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 encerra a saga do bruxinho que durou uma década exatamente. O longa foi uma boa conclusão para a saga, mas infelizmente, assim como a primeira parte, esse deixa a desejar em alguns aspectos.

Entre os pontos negativos estão as mortes quase sem sentimento algum, morte de personagens importantes que passaram quase que despercebidas, além dos problemas já visto na primeira parte (o filme é principalmente feito para os fãs, se você não leu o livro possivelmente terá problemas para entender algumas parte do filme), o que não era para acontecer já que o filme deveria se sustentar sozinho.

Mas também temos muitos pontos forte como Neville, Professora McGonagall e principalmente Snape finalmente mostrando suas forças (ponto para os atores), a cena do Gringotes e a batalha de Hogwarts (efeitos visuais de primeira qualidade), o ótimo trabalho do Desplat na trilha sonora, a fotografia dark de Eduardo Serra e a excelente direção de arte. Esses últimos devem ser lembrados no Oscar (indicação fortalecida pela idéia de prêmios pelo conjunto das obras).

Por fim vale dizer que Harry Potter com certeza foi uma escola para David Yates, que deve pegar filme de menores portes e com isso sofrer menos pressão dos produtores entregando trabalhos melhores, pois na minha visão a direção deixou um pouco a desejar e foi a causa de alguns dos pontos fracos do filme.

Nota: 8,0

Título Original: Harry Potter and the Deathly Hallows Part 2
Diretor: David Yates
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Michael Gambon, Maggie Smith, Matthew Lewis, Helena Bonham Carter.

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Meia Noite em Paris (2011)

Há algo sobre a meia noite, algo especial, místico e mágico. No caso do mais recente filme do Woody Allen, seu impacto é plenamente realizado quando vemos nosso protagonista de repente perceber que ele tem a oportunidade de encarar o que ele realmente admira, almeja e sonha. Nas cenas de abertura, ele expressa seu desejo de morar na cidade luz, a beleza das imagens tenta nos dar a mesma vontade. Esse protagonista é Gil Pendler (Owen Wilson), um roteirista de Hollywood que resolve escrever seu primeiro livro e que sente nas noites de paris a inspiração para finalizá-lo, porém sua namorada Inez (Rachel McAdams) tem um pensamento totalmente diferente sobre como Paris deve ser apreciada. Uma noite ele vagueia pelas ruas de Paris e acaba se perdendo, à meia noite acaba sendo resgatado por um grupo de amigos bastante conhecidos no círculo literário dos anos 20 de Paris. Logo o roteirista aspirante a escritor tem a oportunidade de viver um de seus sonhos e conhecer a nata artística Parisiense.

 O filme se passa em vários períodos de tempo, e Paris brilha intensamente e sedutoramente em cada um deles, desde o céu nublado à suas ruas reflexivas, mostrando lindos detalhes arquitetônicos nas recriações do períodos mais antigos, deixando claro quão acertada foi a ideia do Allen em filmar na capital francesa. Performances excelentes são vista de todos os lados, com Marion Cotillard mais uma vez roubando a cena a cada segundo que está na tela. Através de seus olhos e as linhas de expressão entregues, entendemos o que nos atrai para este momento especial. Owen Wilson representa a persona de Allen, sempre maravilhado com tudo o que vê, e ele faz um bom trabalho não criando uma imitação cansativa ou um clichê irritante o que poderia ter arruinado o equilíbrio perfeito entre visão, sons e diálogo fazendo este longa habitar entre os melhores do diretor.

 Meia Noite em Paris é uma bela demonstração do que a magia do cinema pode verdadeiramente criar, uma sentimento de admiração muito distante do cinema contemporâneo. Este é um filme que diverte, ensina e usa cada um de seus elementos para deixar seu público maravilhado.

Nota: 8,5

Título Original: Midnight in Paris
Diretor: Woody Allen
Elenco: Owen Wilson, Rachel McAdams, Marion Cotillard, Kathy Bates, Michael Sheen, Carla Bruni, Alison Pill, Adrien Brody

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Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (2011)

Depois de um mês ausente do blog devido às provas da faculdade, decidi retornar as atividades com uma resenha sobre uma das franquias que eu mais gosto, não que ela seja perfeita, mas conseguiu me conquistar. Li muitas criticas negativas sobre Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas  e acabei indo um pouco desacreditado ver o longa, e talvez por isso gostei do que vi.

A história começa quando o Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp), que está sem navio, vai até Londres para resgatar Gibbs (Kevin McNally) integrante de sua tripulação no Pérola Negra. Lá ele descobre que alguém está usando seu nome para conseguir marujos em uma viagem rumo à Fonte da Juventude. Sparrow investiga e logo descobre que Angélica (Penélope Cruz), um antigo caso que balançou seu coração, é a responsável pela farsa. Ela é filha do lendário pirata Barba Negra (Ian McShane), que está com os dias contados. Desta forma, Angélica quer encontrar a Fonte da Juventude para que seu pai tenha mais alguns anos de vida. No encalço deles está o capitão Barbossa (Geoffrey Rush), que agora tem uma perna de pau e trabalha para o império britânico.

Com o retorno da franquia tivemos uma modificação no diretor da mesma, sendo contratado para o cargo Rob Marshall (Chicago e Memórias de Uma Gueixa), que mesmo nunca tendo dirigido um blockbuster do nível, soube conduzir muito bem o filme na maioria dos aspectos. Tirando o diretor não houveram muitas mudanças nos responsáveis pela parte técnica, ou seja, a fotografia, a trilha sonora, o figurino, a maquiagem e os efeitos visuais continuam com ótima qualidade.  Preciso admitir que o roteiro não é dos melhores, entre as faltas mais graves: Não é revelado de que maneira o capitão Barbossa entrou para a marinha britânica e a tentativa mal sucedida de substituir Will e Elizabeth por uma sereia e um missionário totalmente sem graça, além de ter um enredo muito fraco, porém a edição rápida não deixa o filme cair na chatice. O grande elenco continua muito bem entrosado com destaque sempre para a performance do Depp fazendo um Jack Sparrow cada vez mais bêbado.

“Navegando em Águas Misteriosas” é o melhor desde o original lançado em 2003 superando “O Baú da Morte” e “No Fim do Mundo” e com as bilheterias que já somou nas duas semanas em exibição já pode ser considerado o recomeço de uma nova trilogia, ou pelo menos assim espero.

Nota: 7,5

Título Original: Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides
Diretor: Rob Marshall
Elenco: Johnny Depp, Penelope Cruz, Geoffrey Rush, Ian McShane,  Kevin McNally, Sam Claflin, Astrid Berges-Frisbey, Stephen Graham, Keith Richards.

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